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MP sobre saneamento básico não será lida e deve perder vigência

Houve um grande trabalho de mobilização dos sindicatos, Comitê Fama (Fórum Alternativo Mundial da Água), movimentos sociais e parlamentares de oposição. Vários trabalhadores de base da Caesb compareceram, mas precisamos nos mobilizar muito mais contra os processos de privatização da água.

Um acordo entre os líderes partidários adiou mais uma vez a leitura e a inclusão na pauta da Medida Provisória 844/18, que facilita a privatização de empresas públicas de saneamento básico, estimula a competitividade no setor e obriga o pagamento de tarifas mesmo sem conexão ao serviço de água e esgoto.

Esse novo adiamento torna mais provável que a MP perca a vigência, já que ela precisa ser votada na Câmara dos Deputados e no Senado até a próxima segunda-feira (19). É possível, no entanto, que o novo governo reedite o texto em uma outra oportunidade.

A principal polêmica é a mudança na lei de consórcios públicos (11.107/05) para permitir que continue vigente o contrato entre a empresa pública de saneamento a ser privatizada e os municípios para os quais presta serviços no âmbito do consórcio formado entre eles. Antes da MP, esse contrato teria de ser extinto.

A proposta também determina a realização de licitação pelos municípios para a prestação dos serviços de saneamento, com possível aumento de tarifa.

Partidos de oposição

Esses pontos têm sido considerados como “privatização da água” por partidos de oposição, que têm feito obstrução contra a medida. O deputado Afonso Florence (PT-BA) disse que os partidos negociaram com o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, mas não houve acordo para permitir a votação do texto.

“De fato, nós negociamos muito com o governo e com instituições, mas não houve acordo para retirar o ponto que determina licitação para serviços de saneamento. São 22 governadores contrários à proposta”, disse Afonso Florence.

O líder do PCdoB, deputado Orlando Silva (SP), disse que a oposição venceu. “A nossa resistência venceu o governo contra um projeto que ia privatizar o saneamento. As cidades pequenas ficariam inviabilizadas de receber investimentos, porque [a medida] só interessa às grandes cidades”, disse.

Já o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) afirmou que vai ser contrário à leitura ou votação de qualquer outra medida provisória enquanto não se colocar em pauta a MP sobre saneamento. Ele lembrou que várias cidades brasileiras convivem com esgoto a céu aberto e que a proposta poderia resolver o problema dessas populações.

(Fonte: camara.leg.br)

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